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Em meio à popularização dos veículos elétricos no Brasil, muitos pensam que os primeiros modelos 100% elétricos chegaram recentemente com marcas como BYD. Mas a história é mais antiga — e surpreendente. O pioneiro dos carros elétricos produzidos em série no Brasil foi o Gurgel Itaipu E400, lançado no início da década de 1980.
As origens: crise do petróleo e criatividade nacional
A história começa em 1974, quando a Gurgel apresentou o protótipo Itaipu E150, um subcompacto elétrico de design quadrado e futurista. Pesava 460 kg e utilizava um motor de 4,2 cv com baterias de chumbo-ácido de 3,2 kWh. Com autonomia em torno de 60 km, teve apenas 26 unidades produzidas.
Em 1975, surgiu o Itaipu E250, projeto voltado ao uso comercial, com maior capacidade de carga (250 kg) e autonomia de 65 km. Apesar de promissor, ele não chegou à produção em escala.
O nascimento do E400: um elétrico utilitário de verdade
Foi só em 1981 que a Gurgel lançou o Itaipu E400, modelo que consolidou-se como o primeiro carro elétrico brasileiro fabricado em série. Com carroceria de plástico reforçado (Plasteel), o E400 foi desenvolvido como um utilitário urbano e chegou ao mercado em três versões: furgão de carga, picape cabine simples e picape cabine dupla.
O veículo contava com motor elétrico de 10 kW (13,5 cv) fabricado pela Villares, atingia velocidade máxima de 75 km/h e sua autonomia girava entre 80 e 100 km por carga. O sistema de alimentação era composto por oito baterias de 12 V do tipo chumbo-ácido, com tempo de recarga de cerca de 8 a 10 horas.
Apresentação presidencial e uso institucional
O lançamento oficial contou com a presença do então presidente João Figueiredo, que dirigiu o E400 e entregou pessoalmente a primeira unidade à Telebras. O modelo também foi adquirido por outras empresas estatais e privadas, como Telesp, Cesp, Banespa, Itaú e Souza Cruz, sendo utilizado em serviços urbanos e de entregas.
Apesar do custo operacional ser mais baixo que o dos carros a gasolina ou etanol, o preço inicial elevado, somado ao custo e peso das baterias, limitou a adoção em larga escala.
Desempenho e limitações
Potência: 10 kW (13,5 cv)
Velocidade máxima: até 75 km/h
Autonomia: 80 a 100 km
Capacidade de carga: 400 kg
Consumo médio: 0,27 a 0,4 kWh/km
Recarga: 8 a 10 horas
Baterias: 8 × 12 V chumbo-ácido
Ciclo de vida das baterias: ~800 ciclos (60 mil km)
Com o tempo, surgiram versões mais robustas, como o Itaipu E500, com capacidade de carga de até 500 kg e maior autonomia. No entanto, os desafios tecnológicos da época — sobretudo em relação às baterias — levaram ao encerramento da produção elétrica por volta de 1983.
Produção e legado
Embora algumas fontes apontem a produção do E400 entre 76 e 86 unidades, há estimativas de que, somando variantes como o E500, o volume total tenha passado das 1.000 unidades. Após o fim da linha elétrica, a carroceria do E400 foi reaproveitada no modelo Gurgel G-800, movido a combustão.
O E400 não apenas marcou a história da indústria automotiva brasileira como um projeto à frente do seu tempo, propondo soluções de mobilidade sustentável ainda nos anos 1980 — muito antes da agenda ESG se tornar prioridade global.
Fontes consultadas:
Quatro Rodas, Motor1, Gazeta SP e CarroEletrico.org.
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