Segundo o Electric Vehicle Outlook 2025, relatório anual divulgado pela Bloo...
Segundo o Electric Vehicle Outlook 2025, relatório anual divulgado pela BloombergNEF (BNEF), a expectativa é que as vendas globais de veículos elétricos (EVs) e híbridos plug-in cheguem a 22 milhões de unidades em 2025 — um crescimento de 25% em comparação com 2024. Isso representará cerca de 25% do total de veículos vendidos no mundo, evidenciando o ritmo consistente da eletrificação no setor de transportes.
O avanço tem sido impulsionado principalmente pela redução nos preços das baterias de íons de lítio e pela ampliação da oferta de modelos mais acessíveis. A China se destaca nesse cenário, respondendo por quase dois terços das vendas mundiais de EVs. O país asiático tem adotado uma estratégia agressiva para tornar os veículos elétricos mais baratos que os com motor a combustão, o que ainda é um desafio em mercados ocidentais como Europa e Estados Unidos.
Apesar do progresso global, a BNEF revisou para baixo suas projeções de adoção de EVs, tanto em curto quanto em longo prazo. Um dos principais fatores é o cenário regulatório nos EUA, que inclui o fim de incentivos fiscais federais e incertezas sobre a autoridade ambiental da Califórnia. A consequência direta seria uma redução de 14 milhões de unidades nas vendas acumuladas até 2030, em comparação com as previsões anteriores.
A mudança do centro de gravidade da eletromobilidade
Em 2026, a China deve comercializar mais veículos elétricos do que o total de carros novos vendidos nos EUA. Em 2024, 69% de todos os EVs vendidos globalmente foram produzidos na China, que também tem avançado em mercados emergentes como Tailândia e Brasil — onde a adoção de elétricos tem crescido mais rápido do que em economias tradicionalmente líderes.
Na Europa, o Reino Unido se destaca como líder em penetração de EVs, superando a Alemanha e reforçando o papel de políticas regulatórias eficazes e infraestrutura de recarga bem desenvolvida.
Novos desafios à vista: recarga cara e excesso de capacidade
Com o aumento da frota elétrica, novos obstáculos surgem. Em muitas regiões, recarregar um EV em pontos públicos, especialmente em estações de recarga rápida, já está mais caro do que abastecer com gasolina. Essa situação é mais crítica nos EUA e na Europa. Já a recarga residencial, apesar de ainda ser entre 25% e 60% mais barata, depende de infraestrutura adequada que nem todos os consumidores possuem.
Outro ponto de atenção é a sobrecapacidade na produção de baterias. A demanda global foi revista para baixo em 3,4 terawatts-hora até 2035, com os EUA respondendo por 2,8 TWh dessa queda. Na China, a taxa média de utilização das fábricas está abaixo de 50%, o que deve pressionar os preços e provocar ajustes significativos na cadeia produtiva global.
Políticas públicas consistentes são essenciais para manter o ritmo. Montadoras que ignorarem a transição elétrica poderão perder espaço nos principais mercados globais.
Perspectivas para o futuro: mais elétricos e menos petróleo
Mesmo com ajustes nas projeções, o cenário de longo prazo permanece favorável para a eletrificação. No Cenário de Transição Econômica da BNEF — que considera apenas tendências atuais, sem novos incentivos —, os EVs devem representar 56% das vendas de carros de passeio em 2035 e 70% até 2040, levemente abaixo da estimativa anterior de 73%.
Países como Noruega, China, Califórnia e Alemanha estão entre os que deverão contar com frotas majoritariamente elétricas nas próximas décadas. O mercado de recarga pública deverá crescer exponencialmente, com a receita global saltando de US$ 10 bilhões em 2025 para US$ 220 bilhões em 2040.
Segmentos em alta e tecnologias emergentes
O relatório também destaca tendências como: Caminhões elétricos na China devem atingir 46% das vendas até 2030, apoiados por políticas públicas e competitividade no custo das baterias.
Triciclos elétricos já representam mais de 80% das vendas globais em 2024, liderando o processo de descarbonização em países em desenvolvimento.
Baterias de estado sólido ainda tem adoção ainda limitada, mas devem atingir 10% da demanda mundial até 2035, sobretudo em veículos premium.
A expansão dos EVs também impacta o mercado de combustíveis fósseis: até 2026, espera-se uma redução de 1 milhão de barris de petróleo por dia no consumo global, número que deve chegar a 5,3 milhões de barris por dia em 2030 — mais que o dobro do volume economizado em 2024.
O Electric Vehicle Outlook 2025 confirma que a mobilidade elétrica está em franca expansão, ainda que os obstáculos, especialmente em mercados ocidentais, exijam atenção e ajustes. A liderança da China, a ascensão de países emergentes e as mudanças regulatórias serão fatores-chave para moldar o futuro do setor. A eletrificação já não é apenas uma tendência: tornou-se um imperativo econômico, ambiental e industrial, cuja consolidação dependerá do alinhamento entre inovação, infraestrutura e políticas públicas.
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